IMENSO AMOR
De nada me resta, senão a saudade e o teu perfume, que em mim ficou... Como a tua imagem, que hoje me ronda, eu sinto a falta desse imenso amor!
Sereno me molha, orvalho me rega, sou uma semente que brota amor. Teu riso inebria, teu choro comove, tua luz irradia, que por tantas vezes, a mim encantou.
Teu silêncio me cala; a lembrança me fala; não me negue um verso, nem ao menos um dia... Hoje, eu sou saudade, passado e poesia!
Sou veleiro da noite e caminheiro do dia, perdido na tempestade onde a tortura me guia, sonhando sempre acordado com o passado que iludia.
Arpoastes meu peito, que sangrando ficou, a revelia do tempo, sofrendo estou... Poesia da vida, engano volátil, que ainda o chamam, isso de amor!
Madrugada sombria; rolando na cama, com olhos ardentes, pensando no amor... Cútis molhada; escorrendo as lágrimas, opulento estou...
Gotas de orvalho regavam canteiros, corpos desnudos, prazer e calor, gritavam os amantes saciados de amor!
Medusa filha dos deuses, o teu veneno inebria... Sarcófago de uma vida, trevas da agonia, brisa e vendaval, prelúdio e poesia... O teu corpo é estátua, sacrário da ventania!