PRA NINGUÉM SABER
Quando você me ouvir cantar,
não creia que seja de alegria.
Pode ser que eu queira espantar,
toda essa minha agonia.
Não tenho mais nenhum encanto.
Não me sinto mais em paz.
Por isso é que ás vezes canto,
para esquecer o que ficou para traz.
Quando você me vir chorar,
não creia que seja de tristeza ou dor.
É que às vezes me pego a pensar
no tão grande bem que você me faz, amor.
Por isso ás vezes choro assim,
as escondidas pra ninguém saber,
que sem você perto de mim,
nada mais me da prazer.
E enquanto canto,
vou tentando me enganar,
na tentativa de sobreviver
sem seu doce olhar.
E se às vezes choro, meu amor,
é por me lembrar
de seu sorriso e seu olhar,
nunca por tristeza ou dor.
Gouveia (MG), 14 de novembro de 2011.