CRIE ASAS

Como é breve este caminho.

Eu não sei quanto tempo eu fugi de mim.

Quantas vezes eu sorri para mim, de mim mesmo

Como muitas vezes acreditei que eu tinha o mundo todo para mim.

E as horas, todas elas me pertenciam.

Eu sentia os amores

As dores, fortes dores levaram todas elas

A Vida sem fortes emoções fica sem sentido

O Amor verdadeiro é incontido

É preciso coragem para fazer as lágrimas caírem ao chão

O Meu caminho tinha sol constante, eu só vejo nele cores

Em brilhos cintilantes nos olhares de tantos que eu amei

Talvez eu passei o meu tempo muito rapidamente

Sem parar para afagar mais os cabelos,

Beijar mais longamente os teus lábios

Abraçar mais forte a todos.

Conversas ao léu.

Como é gostoso viver de fortes emoções

Morremos inúmeras vezes, mas nós vivemos muito, muito mais.

Quando você não puder mais caminhar

Os seus Sonhos caminharão por você.

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Como é longa esta estrada.

Não sei quanto tempo a percorri a pé.

Quantas vezes sorri para mim mesmo sobre os altos montes

Quantas vezes acreditei que tinha sentido tudo o que era possível sentir.

Aspirei pétalas perfumadas

O vento rodopiou, as roubou de mim

Cheiros de fragrâncias variadas

Ficaram somente os cheiros dos suores

E dos vinhos puros nas cores do sangue de Quem nos criou.

Olho para trás

Os caminhos desaparecem, vejo só a poeira, que não baixa.

Talvez eu passei rápido demais, sem parar para descansar.

Se pintasse o passado em uma tela seria feito de grânulos de pó.

Escrevo num livro que nunca deixará vestígios das palavras

Ele se desfará ao tempo, consumido pelas traças e cupins.

Ouço músicas suaves, em voos rasantes sobre ao mar

Como as emoções que nos chegam, sem nunca nos tocar.

Como conseguir viver só de razões

como se fossem rações contadas para a vida suportar?

Quando não puder mais deixar pegadas

Crie asas, voe alto e deixe Deus te levar.

Robertson
Enviado por Robertson em 02/03/2019
Reeditado em 19/01/2020
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