GRANDES TUBARÕES NÃO PRECISAM DE SANGUE

O grande tubarão nega o molho da perna humana

e para a câmera do mergulhador,

sorri do fundo do seu mar.

O grande tubarão dispensa o gosto

da perna de borracha

e para a câmera do documentário,

ele mantém o rumo.

Segue a imagem única da

Morsa Dromedário.

Quantas crianças pulam diante da tevê,

para o grande tubarão que passa e sorri?

Não há dentolas em seu sorriso,

apenas um imenso apetite a ser exposto

no momento certo e fundo do oceano,

o encontro com a Morsa-Dromedário.

A criança deve aprender algo do grande tubarão.

Somente quem sobrevive é o macho-alfa,

E os machos se espalham pelo mar,

podem copular com pedras

e com ostras gigantes

sem acharem gosto

em prontas pernas de borracha.

O grande tubarão passa, mas aguarda a hora

da janta nutritiva,

causa de um princípio ativo

(ainda não perdido em nossa superfície):

apenas a Morsa Dromedário

é bela, é tenra, é fêmea.

O grande tubarão não sabe,

a Morsa-dromedário foi extinta há milênios.

DO LIVRO: AS SONDAS AMAM

Paulo Fontenelle de Araujo
Enviado por Paulo Fontenelle de Araujo em 01/03/2019
Reeditado em 03/12/2019
Código do texto: T6586817
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