ESTILINGUE DO AMOR
Não quero você nas horas incertas
Uma relação infeccionada pela desconfiança
Egos inflamados, feridas abertas
Tudo isso me cansa e nas entranhas não me alcança
De que me vale a liberdade, entremeios
Se meus olhos estão presos nos teus
Na carência de minha boca estão teus seios
E na tua ausência meus desejos são ateus...
Minha coberta está vazia
Teu cheiro em meu travesseiro
Tanto tempo me cavalgas fria
Nem mais sei se sou liberdade ou potro no celeiro
O tempo passou qual liberto córrego
Nos perdemos elastecidos pelo mundo
Hoje é raso o que era profundo
O tempo se arrasta como olhos de um cego
Teu sorriso meu cobertor
Tua distância é carta sem endereço
O amor presente é que faz crescer a flor
A saudade pode até ter raiz mais jamais o seu avesso
Deveras que o pássaro não volta ao ninho
Quando já consegue por manobras voar
Assim me tornei eu desde menino
Cresci para entender que o sonho é meu ar
Não sou homem de brincadeira
Ontem talvez, fosse o passarinho
Mais hoje sou a baladeira...