Frações de tempo
As minhas poesias
Não parecem mais poesias
Parecem dramas,
Mas talvez dramas ainda não sejam
Porque estruturas faltam.
Dessas estruturas se quer sei falar
Porém, não quero mais ser essa única mulher
Perdida nesse meu mundo de devaneios
Quero enfim seguir.
Vejo-me novamente atormentada
Por essas inúmeras tempestades
Que me invadem diariamente.
Acordo e logo elas surgem
Como o sol surge no céu.
Ainda não sei se a multidão me acalma
Ou se me desnorteia
Talvez esteja presa a uma teia enorme
De uma violenta aranha
Chamada indecisão.
Corro mas, não saio do lugar.
Amo mas, não vivo de amor.
De certeza nessa vida, apenas minha liberdade
Para sempre
Mesmo sabendo que o sempre acaba
Pois começos e finais existem
E todas as tempestades voltam
Invadem-me e levam todas as metades
Que um dia ficaram
Se foi amor
Infelizmente o tempo esfriou