ENCANTAMENTO
Dádiva, bocado
Divino encanto
No céu da boca saboreado
Ouro no verso da vida
Pétala a pétala,
Ponto a ponto
gotejado.
Quando desabrocha
Não há cetro, nem coroa,
Nem hegemonia
Cessa toda a tirania
É doce sede provocada
Nova fronteira em flor
gota a gota desenhada.
Hoje, aqui tão nossa
Tão plena
Eu e você orvalhando...
Muito? Pode não, que mata!
Pouco? Assim também não pode,
Desidrata!
E o tempo? E a umidade?
É preciso roçar o dedo e verificar...
Prever, sentir e gotejar:
Um beijo
Um café
Um “ - Vem que dá!”
E no reino do simples ,
Um mais um, é mais um pouco
Quase inteireza, pura beleza
Inocente ingênua entrega,
É o amor, esse Quixote louco!