Piromania
Quero gritar
e me completar
no silêncio
dos meus medos.
Fazer uma torre
dos nervos rotos,
calcinados,
sangrados de desejos.
Contorcer as angústias,
nos rodopios de bailados mortos,
na loucura estridente,
tão inclemente,
dessa piromania
que me embala,
me cala,
mas me faz viver.
Quero mostrar
a úlcera do meu ventre,
o vazio do meu útero...
Quero ser fêmea presente
incendiária de amor.