TEMPESTADE NEGRA
TEMPESTADE NEGRA
Tempestade negra, densa tempestade,
Ventos de inverno a beijar meu corpo;
Língua de fogo que minha alma arde,
Em brancos lençóis a me dar conforto.
Tempestade negra, tempestade densa,
Vulto que me olha e depois me beija;
Fico com saudade sem tua presença,
O meu corpo arteiro tanto te deseja.
Densa tempestade, tempestade negra,
Olhar de felina ensaiando botes;
Sempre a minha procura porque nunca negas,
O seu bocejar neste meu conforto.
Tempestade negra, densa tempestade,
Montes volumosos me mostrando noites;
Língua de enguia, eletricidade,
Me acariciando nestes fartos açoites.
Noite densa e negra nesta tempestade,
Onde o meu inverno se envolve em ventos;
Suspiros de desejo que meu peito invade,
Tornando bem melhor estes bons momentos.
*J.L.BORGES