Azul
Perguntei ao céu , mas ele nada tinha a dizer
As estrelas brilhavam e me lembrava de você
A escuridão sempre tão incerta , apenas me advertiu
Pois por mais profunda que fosse sua íris , o azul não me causara frio.
O mar se revoltou por minha cobiça e uma tempestade sobre nos derramou
Senti sua pele tornar-se molhada e em meus braços se agarrou
O vento nos congelou e a busca pelo calor nos desinibiu
E fundidas nossas almas se encontraram , mas o azul não me causara frio.
Tocar o veludo que envolve seu ser , fez-me perder a razão
Não era mais dono de meu corpo , presa estava minha respiração
E entre mitos , simbologias e vinho , apenas fluíste em mim
E em lábios tão macios desejei me imortalizar , pois o azul não me causara frio.
Sumo tão doce , que tornaste minha amada perdição
E entre o breu e o amanhecer , não enxergava nada se não sua alusão
Como é possível que reflita claramente meus medos , insegurança e sonhos ?
Exalta meu ser , torna-me irracional e ainda assim o azul não me causara frio.
Não posso conquista-la , mas pela eternidade tornáreis-me seu
Pois seus beijos me acorrentaram e com suas palavras a mim converteu
E não a lamina , homem ou Deus que me faça abandonar seu calor
Pois és chama do meu fogo eterno e por mais distante que sejas o azul não me causara frio.