M(eu) amor

Acordou sem saudade...

Não alheia,

Mas a que costumava

Tá presente

Do abrir

Até o fechar dos olhos:

A dela mesma.

De repente...

Sentiu o amor

Correr nas veias.

A própria companhia

Era então

A melhor companhia.

Há tempos não sentia

O gosto de se amar

E o bem que fazia.

Tocou os planos,

Pensou no futuro

E quis estar lá.

Quis passar o batom

(Vermelho, que é sua cara)

Quis sair pra dançar. 

Não pensou

Em apressar as coisas

Só deixar fluir

Lembrou do conselho:

"Você não precisa

De respostas agora".

Deixar o tempo passar

É saber se curtir.

Acordou com a leveza

Que contradizia

O tempo fechado do dia

E nada foi mais bonito

Nada deu mais prazer

Ou harmonia

Nada,

Absolutamente nada

Comparado

A ser sua própria alegria.

FIALHO, Eu