Olhos meus nos olhos teus
Quando me vens,
meio que rompendo névoas,
como borboletas brancas
em tardes ensolaradas,
me deixas sempre com um olhar pensativo...
Pois o que amo em você,
não é teu corpo,
leitoso, de um tocar enveludado,
onde pouso meus carinhos.
Não é tua simplicidade,
doce virtude de seres transcedentais.
Não é tua inocência,
teu jeito de chorar com coisas
simplórias a outros olhos.
Nem tua loucura,
um destemor que desmancha regras,
como quem suja sapatos brancos
de propósito.
O que amo em ti
é o desejo imenso de adentrar
nos mistérios a que os teus olhos
me convidam.