Poema de almoço
Um doce enredo de virtudes,
te olhar cortar legumes
sentado à mesa da cozinha.
Ao sol e lua dos dias
te faço meu órgão vital;
tentando ser alquimista,
te trasnformo em ar
e numa esquisita
absorção,
te transporto aos meus
pulmões,
para sentir o teu aroma
de uma forma menos simples.
A comida ferve.
Tuas pequenas mãos,
de pequenos dedos
milagrosos
tateiam objetos caseiros,
como quem brinca de deixar cair
coisas para deixar o ambiente mais leve.
Sentados à mesa da cozinha,
os legumes, as virtudes e nós dois.