CORTINA DE FLORES

Jogado, estava num canto

do ambiente, tal qual um pano

sujo, o tempo que há tempos

idos teria sido florido e novo!

Ao pega-lo percebi que era

pesado e escuro aquele tempo

de agora ali abandonado

e com calma juntei-o em trocha

carregando com dificuldade

aquele monte de tempo passado!

A ensaboa-lo estive

e esfregando aquelas manchas

de tristeza fui renovando

o tempo em minhas mãos!

Boquiaberta reparei que horas

tristes escorriam escuras

ao torcer o tempo,

gotas sofridas pingavam

ao chão e por fim gotículas

espaçadas de angústia ainda

continha o tempo!

Por fim, depois de muitos

enxagues nas águas calmas

do rio, estava novamente limpo

aquele tempo, que depois de seco

e novamente florido, usei

como cortina das janelas de minha

alma que há tanto tempo não floria!

Eugênia L.Gaio

Eugenia L Gaio
Enviado por Eugenia L Gaio em 13/02/2019
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