TU MEU MAR
Eu, penhasco tão alto
distante, com a cabeça perdida
no cerúleo límpido e infinito
de céus distantes!
Tu, mar índigo no marinho
anil revoltoso em ondas
encapeladas se
esboroando revoltas, vindas
de tão distante e no verdejar!
Sob as escumas a lamber-me
os pés, as pernas em delírios,
desejando-te como um tufão
das noites claras sob as luas
a riscarem teu corpo
de todos os meus desejos!
Eu, penhasco me desfaço
em pedras roladas
ao sabor dos teus beijos
e seja a vida um ensejo
de tantos desejos de mar
e penhasco!
Tu, meu mar, meu lar, meu cais
onde, um dia, se milagre houver,
ser-te-ei a enseada amada
por onde todos dias adentrarás
minh'alma, de solidão cansada!
Eugênia L.Gaio