POEMA INEXPLICÁVEL
Dentre as mais altissonantes obviedades eu me obrigo a destacar-te
Que não obstante a essência e até o encarte, desfilas sobre lírios de um céu trajados
Nem os muitos predicados conseguem traduzir teu todo ou tua parte
A conceber pacífico combate entre o delírio mudo e os confessares exagerados!
Não há qualquer razão pra não irracionalizar tamanho desatino
Donde eu que sou menino estaciono ao ser veloz nos idos mais remotos
Qual beijo de adeus em flor de lótus, qual fênix tecendo grades no seu ninho
Perdido no acertado caminho que induz ao despertar retilíneo em pesadelos tortos!
Quisera não estar estilhaçado e em mim te verias refletida além de ti
Teu coração viria me arguir dessas questões flertadas por respostas que inexistem
Em minhas desistências que insistem, em meu silêncio que implora ao te pedir
Em todas as inércias que me fazem ir nas direções que me expulsem e te conquistem!
E assim releio-me falando em cada duplo pranto, num rito que sucede as madrugadas
Nas luzes tão brutalmente flagradas nos olhos desse poeta que não consegue te ignorar
Que quando tenta não te amar, descobre-se sob águas muito mais apaixonadas
No sol que queima sob trovoadas um grande amor que nem a poesia consegue explicar!