TEUS OLHOS
TEUS OLHOS
Não há o que temer
em teu olhar,
cujo brilho imita
o sol clareando a lua.
Por isso, olho-te,
embevecido,
e admiro
diuturnamente,
a beleza que dele ressalta.
Olha-me e doa-me
a água lacrimejante,
que flui morna do teu olhar.
E bebo-a, sedento,
retendo-a
em minha boca amante.
Não me canso
de olhar-te,
vendo-te nos olhos,
o brilho do sol lunar.
E quando acordo do teu lado,
meu primeiro gesto
é ver-te o olhar sonolento.
Então, teus olhos
me fitam penetrantes,
e, ao refletirem a luz do dia
alvorecido,
me pedem que os beije,
saudando-te
pelo novo dia.
Escritor Adilson Fontoura