O despertar de mim

Eu já tinha ensaiado tanta coisa para te falar

quando te visse novamente, depois de tanto tempo

sem te ver, sem lembrar de como era o amor.

Sem fazer minha cabeça deixar de pensar em ti.

Mas tudo pegou-me de surpresa,

eu não falei, mas senti, foi como nascer de novo,

depois de me enterrar no esquecimento de ti.

A tua boca, o teu corpo que foram mais que testemunhas,

agora me viam muda, mas por dentro um dinamismo,

que tua presença me causou.

Você saiu, e eu fiquei esperando minha reação,

queria falar, queria beijar-te, nem que seja no teu rosto

mas, preferi observar , você olhar somente para o meu passado.

De como eu era,

De como o amor me fazia ser mais ousada.

Você se comprometeu com outras pessoas,

eu fiz o mesmo, mesmo que minha cabeça diz não.

Mas quando fecho os olhos, é como se nada tivesse mudado.

Ainda sinto teu perfume no ar, no meu ar.

No fundo quero me convencer,

que você também sentia medo, daquele momento,

por isso não me tocou, e não deixou ser tocado.

Na tua cabeça ainda resta um pouco de nós.

nem que seja nossos dias intermináveis de prazer.

Ou nossas lembranças, de tudo que fizemos.

Eu sei que você lembra, por isso sorrimos em segredo,

beijamos um ao outro, escondidos pela nossa reputação.

E quando abrimos os olhos, largamos nossas mãos aos poucos,

nosso corpo se afasta, e nossos sentidos retomam.

Assim como eu me sinto agora,

como se tivesse tão próxima de ti,

Que ainda ouço meu coração acelerado,

Jogar as lembranças para longe de mim.

Eu espero que não nos esqueçamos,

do que nos uniu, do que nós sentimos,

que guardamos, tão profundamente,

que disfarçamos não saber de nada.

Eu falei tanto, e não te disse nada,

do que eu mesmo desejava,

do que eu trazia na minha mente, insegura.

Eu só queria dizer um turbilhão de palavras.

E agora só me saem duas ou três:

Eu te amo, e o que mais importa?