NÚMERO DOZE

NÚMERO DOZE

Seja noite, seja dia

Seja começo ou fim

O número doze é cabalístico

Não se livra dele assim.

Doze são:

os Césares romanos

as tribos de Israel

os filhos de Abraão

os deuses do Olimpo

os signos do Zodíaco

os apóstolos de Cristo

os meses do ano

Doze são os tons

Nas cordas do meu violão

Cantando tristes canções

Lamentando o amor distante

Aplacando as mágoas retidas

Entoando a vida sofrida

Confortando meu coração

Também doze são

As badaladas do relógio

A nos alertar do tempo

De um mundo sem portão

Sem ordem, sem direção

Que teima em pregar peças

Não poupa criança ou ancião

O som revela preciso

Nossa angústia, escravidão

Pois o tempo é nosso algoz

Vindita dos deuses malditos

Pra castigar a ousadia

Da nossa rebelião

Ao não mais querer ser seu súdito

Mas amigo, filho e irmão

O que revelam as badaladas?

Seja dia, seja noite

Não importa as circunstâncias

Seremos vítimas do tempo

Escravos de seu compasso

A dirigir nossas vidas

A regular nossos passos

Mas nem tudo está perdido

Haverá de sobrar tempo

Para fugir do torpe cárcere

E grande amor desfrutar

Sem restrições, sem limites

Desafiando os deuses

Fazendo o tempo parar

Chico Tavora
Enviado por Chico Tavora em 07/02/2019
Código do texto: T6569179
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