ALEM DE PLUTÃO

ALEM DE PLUTÃO

Alem de Plutão,

Lá nos confins do infinito;

Eu sinto este teu olhar aflito,

Mistura de ansiedade e solidão.

Lá, cavalgas em mim, igual cometa,

Perdido viajante em flor astral;

Nada falas quando beija-me, nem comentas,

E nem olhas a tua esguelhas o vil metal.

Neste universo compacto as vezes fico sozinho,

Só procurando-te quando sinto saudade;

Igual estrela cadente no caminho,

Abrindo estradas para a misteriosa eternidade.

É assim que te vejo em noite escura,

É assim que te beijo em paz qualquer;

Onde bombas abrem rasgos no futuro,

Caótico neste rosto de mulher.

*J.L.BORGES