QUANDO TOQUEI A TUA MÃO

Velozes rios eclodidos desaguando em mares extasiantes

Pupilas viajantes flagradas nas estradas de incontidas dilatações

Liras, harpas e canções de uníssonas composições apaixonantes

Duzentos mil amantes, morando em minhas declaradas feições!

Um coração fugitivo da caserna alado nos embalos da hipnose

Qual psicose curada ao paladar de uma saudável esquizofrenia

Nas estrelas flutuantes que assistia, na imoderada paixão em overdose

Nas conflitantes simbioses dessa tristeza que promove alegria!

Sequer se permitiu morrer no gelo da indiferença deflagrada

O toque na sua amada gerava cântaros de fontes noutro mundo

Foi só por um segundo, mas deu-me ares de uma eterna estrada

Senti-me tudo mesmo sendo nada, nela tão raso e em mim profundo!

Não foi porque me vi a deslizar no branco algodoreiro dos lençóis

Tampouco foi a voz de um mito procriado em fértil imaginação

Não foi a visitação de uma loucura libertada por seus nós

Fui eu e o amor a sós, quando toquei a tua linda mão!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 06/02/2019
Código do texto: T6568077
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