QUANDO TOQUEI A TUA MÃO
Velozes rios eclodidos desaguando em mares extasiantes
Pupilas viajantes flagradas nas estradas de incontidas dilatações
Liras, harpas e canções de uníssonas composições apaixonantes
Duzentos mil amantes, morando em minhas declaradas feições!
Um coração fugitivo da caserna alado nos embalos da hipnose
Qual psicose curada ao paladar de uma saudável esquizofrenia
Nas estrelas flutuantes que assistia, na imoderada paixão em overdose
Nas conflitantes simbioses dessa tristeza que promove alegria!
Sequer se permitiu morrer no gelo da indiferença deflagrada
O toque na sua amada gerava cântaros de fontes noutro mundo
Foi só por um segundo, mas deu-me ares de uma eterna estrada
Senti-me tudo mesmo sendo nada, nela tão raso e em mim profundo!
Não foi porque me vi a deslizar no branco algodoreiro dos lençóis
Tampouco foi a voz de um mito procriado em fértil imaginação
Não foi a visitação de uma loucura libertada por seus nós
Fui eu e o amor a sós, quando toquei a tua linda mão!