ESTAÇÕES

Amor, quantos espinhos há na tua haste

Arranhando a solidão aqui no meu peito

Errante nos sóis e chuvas, em ser eleito

Entre estações sós, num triste contraste

As que às roseiras, nas manhãs formosas,

Disputo eu mesma às asas inquietas

Das lindas, loucas borboletas.

Gosto de ter, na minha sala, rosas.

Pensar que custa tanto, tanto desgaste

Quando poderia ser diferente, ser feito

Com companhia, desde que chegaste

Hoje, esquecendo ingratidões mesquinhas,

Alimento a ilusão de que essas rosas,

Ao menos essas rosas, sejam minhas.

LMBLM

*****

Luiza De Marillac Michel
Enviado por Luiza De Marillac Michel em 04/02/2019
Reeditado em 05/02/2019
Código do texto: T6566699
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.