Fugacidade
Evitar escrever,
Nos últimos dias é o que tenho mais feito...
Numa ânsia de vomito arquejo entre dias e noites
O que são as noites agora?
Amava tanto elas, agora viraram esse calabouço de lembranças
E ausências suas, é meu caro amor fugiu novamente!
As manhãs perderam o seu brilho cordial
Não vejo mais aquele pardal cantar na minha janela
Até mesmo ele percebe que já não sou aquela
Pobre e gentil menina aquarela
Que pelas manhãs vestia apenas uma longa blusa amarela
E esperava um certo bom dia despertar-me para o dia
Pois é, o meu amor fugiu de mim!
As tardes ficaram quentes e agoniantes
As noites nem quero menciona-las
As minhas janelas se fecharam
Coloquei novas grades
Vestir-me nessa manhã de armaduras
Fortes e pesadas que me impeçam de cair
Nessas ciladas do amor
Ainda assim acredito em finais felizes
Mesmo o meu amor fugindo por aí!