PRESUNÇÃO
Se um dia eu morrer, canta para mim!
Meu lábios rijos hão de acompanhar-te
E, assim, mesmo morto, serei tom e arte
A embalsamar uma melodia até o fim.
Caso eu morra, ah! Não quero preces,
Desejo que a música estribilhe o funeral
E, assim, mesmo morto, serei infinitesimal
Perante os acordes que tanto me apetecem!
Contanto que eu morra, ah! Quero festa,
Desejo escutar canções sob égide de seresta
E, assim, mesmo morto, ébrio, serei eterno!
Desde que eu morra, oh! Não quero valsas,
Arpas celestiais expurgarão as notas falsas
E, mesmo morto, vivo estarei em teu caderno!