Ela me viu

Silenciosamente ,ela ia percorrendo o meu corpo com o toque firme de suas mãos, me descobrindo com o seu próprio corpo, mas foi só quando os seus olhos encontraram os meus que eu fiquei nua de verdade, logo eu, que já tinha entregue meu corpo infinitas vezes antes, estava perto de deixar que ela visse a minha alma, no início, lutei, tentando negar a mim mesma o que estava bem diante das minhas mãos, mas foi muito pra eu suportar, eu fugi, em parte porque tive medo, medo de sentir e me sentir viva de novo, em parte porque era egoísta para admitir que ela havia ganhado, eu estava vulnerável, e a minha nudez não se restringia somente ao corpo que tantas outras bocas percorreram, tantas outras mãos seguraram, deixei que ela cruzasse a linha entre o meu eu que todos conheciam e o meu eu que eu escondia lá no fundo, de mim mesma até, para a minha surpresa ela não disse nada, ela não me julgou, ela só esperava que eu não fosse embora, ela só precisava de um pouco mais de mim, talvez ela também fosse solitária, talvez se eu não tivesse sido tão egoísta, poderia ver que ela também tinha suas falhas, talvez numa outra vida quem sabe? Não importa, já importou, mas hoje eu me recordo dela como em um sonho bom, seguiu sua vida e mesmo que o destino nunca mais faça os nosso olhares se encontrarem novamente como naquela noite, eu sou grata a ela por ter sido a primeira que me viu verdadeiramente  

Grécia
Enviado por Grécia em 29/01/2019
Código do texto: T6562401
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.