De saudade e andejo

Ah quando a saudade morre num sorriso

Lembro quando tudo isso era sonho

Mas não cativava o amor tristonho

Por mostrar apenas o riso

Mas sonhava porque tinha alma

E tinha alma porque sonhava

E nos clarões da Estrela D’Alva

Bebia o silencio preciso

Porque sabia que longe viria o andejo

E dos caminhos tortos do nada

Faria pra minha bela o cortejo

Mas os risos foram findando

Numa ilusão passageira

E noutra lua estradeira

Passou outra estrela no caminho

E cansado de andar sozinho

Os passos fui parando

Ah! Mas não de sorte se sorri

Nem por medo do amor sincero

Mas encontro tudo que não espero

Em coisas que não vivi

E lá se vão outros sonhos

Que guardava como ilusão

Sempre acreditei que meus lábios tristonhos

Fariam surgir uma paixão

Mas ainda busco as flores destes passos

Porque são assim as noites de caminhada

Numa estrela madrugueira

Segue de encontro a jornada

Sem saber pr’onde segue o caminho

Mas não tendo que andar sozinho

Já consola o poeta que o peito inflama

Que na vida não tem paradeiro

E só encontra povoeiro

Nos lábios daquela que ama

Nepomuceno Alves

Santana do Livramento, 28-jan-13

Nepomuceno Neto
Enviado por Nepomuceno Neto em 28/01/2019
Código do texto: T6561365
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