UM CORAÇÃO VAZIO DE SAUDADES.
Que brilho é esse que só o teu olhar produz? Essa luz penetrante, que me prende em um acorde sonante, onde uma flor se fez nascer, sempre no silencio do amanhecer, e no tecer de uma teia seja em linho ou algodão, nesse tresmalhar que encadeia, por entre o pó da areia do tempo ondeante, a transcender em minha mão.
Quero ser inundado pela correnteza, que vagueia pelos teus olhos de pureza, essa natureza sublime e radiante, esse aconchegante abraço que se estende ao meu coração. Já nem sei o que veste o teu corpo nessa tua pele tão contemplativa, no relato da tua oitiva, com certa iniciativa, que enrodilha um escrito, esse bendito sal marinho que brilha, no leito de uma trilha, que esconde a armadilha que refaz o teu traço, num laço desconcertante que se consorcia, por pura magia, de um tremente consolidante.
E esse teu refugio de lume verde em fulgor, há de transpor a mais clara melodia, como fagulha silabada, da tua retina dourada, de uma pedra matizada, recitada em um verso de poesia, com uma terna coreografia em lavor, e em nosso leito encrustado de fantasia, há de ogivar dia após dia, nessa eterna magia em escala de Amor.
E nesse escrito em que eu te retrato em preto e branco, em réstia de um canto, que contorna através de um acalanto, tanto quanto eu te cortejo em meio à ternura de um beijo, um inelutável desejo, que me interpõe ao teu lado em mistério, a evocar com critério o teu nome em coro, esse tesouro ocluso a te incandescer, para te inscrever nos mapas do meu eterno saber.