Mulher do poeta

Quem és tu que tens pena de um homem solitário como eu?

Como podes ter tal sentimento diante de um homem que quer apenas [amar-te?

Quero de todo o mal proteger-te

E contigo compartilhar conquistas e sonhos meus.

Mas se tu não me queres,

Então não me repeles com teu sorriso de deboche.

Dá-me uma esperança de sentir o golpe

Que nós homens sentimos ao sabermos que não somos amados pelas [nossas mulheres.

Não quero ver-te abraçada a outro homem,

Senão morrerás para mim por inteira.

Já te vi em parte sentindo o prazer de me magoar na cara,

Mas há muitas mulheres para ver neste mundo onde nem todos os [homens perdem.

Deixe-me ver teu rosto,

Mas ele muda conforme a dança,

Onde o par formado pela mulher que encanta,

Resulta num homem que perdeu uma mulher e deseja jamais ter o seu [corpo.

Tuas formas sedutoras me encantam, mulher,

Cujo nome já não sei mais.

Sinto náuseas quando dele a mão vejo teu corpo varrer

E confundo-te com tantas outras que, desejo, ser tu não vais.

Então procuro-te nos rostos de cada mulher,

Tentando decifrar-te o rosto,

Mas sempre tu mudas de corpo,

Deve, por tu trair-me, ser.

Então envergonho mais uma vez o poeta que há dentro de mim.

Mais uma vez escrevo uma poesia incompleta

Para terminá-la

Quando eu te encontrar e a multiplicidade de minhas mulheres chegar [ao fim.

H. P. Simões

Obs.: O eu-lírico expressou a sua necessidade de ser amado e a sua perturbação por não ser amado pelas mulheres desejadas.

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 17/09/2007
Reeditado em 08/08/2009
Código do texto: T655699
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