Quem segura essa moça?

Ele dava jóias,

viagens, jantares...

Nas promessas vãs de amor eterno,

palavras belas.

Na tentativa de um homem velho,

afagar a moça jovem

recém chegada do interior.

Ludibriar com abastados artifícios de controle.

Era controle, ele sabia

Ela não ligava.

Quem poderia controlar aqueles olhos?

Aqueles olhos famintos por novidades

Ele, na certeza de amansar a fera

Que com o tempo...

Obviamente o trocaria

Aproveitava os segundos

Não poupando toques e caricias

Ela

até gostava

Era um homem vivido

que na experiência de longa estrada

carregava certo manejo

ao proporcionar-lhe prazer.

Também os gostos

Ah, seus gostos...

Requintados e pomposos

Ele a via:

Moça de sorte.

Ela amava

olhar-se como deusa.

Ninguém a amava tanto.