SONHO E EXPRESSÃO
Eram apenas três robustos degraus
em pedra acinzentada cor chumbo
ladeados por floreiras de margaridas,
que se tocavam umas nas outras
conforme a brisa que soprava suave!
Fiquei a admirar-lhes a beleza e perfeição
sendo, para mim todas iguais, mas
enganei-me ingenuamente ante
a delicadeza do Criador em as ter ali
colocado para o deleite de tantos!
Ao aproximar-me esmiucei aquelas
pétalas brancas raiadas ao meio,
cuja textura lembrou-me o veludo
num vestido de noiva dos países
gelados ou do Kilimanjaro!
Aureolavam, essas pétalas, pequenos
pomos amarelos num tom sir tom
desde o meio até as bordas num desenho
de assimetria perfeita ao vulgo
e eu era o vulgo manifestado em deleite!
As margaridas, cada uma, tinha
o seu pormenor e cada era única
na sua vida de flor tão logo a se
desfazer em sementes de novas
flores vindouras!
Desci os degraus que terminavam
num pequeno jardim, rumo ao portão
de ferro confeccionado por exímio
artesão e tomei a rua antiga
dos meus sonhos de expressão!
Eugênia L.Gaio