Contramão

Roubado de um sonho

a vida e o rio corriam imaculados

enquanto um estalava em cordas

por areias mortas

o outro floria em jardins

infestado de rosas

mas entrelaçavam seus dedos

nos barrancos em que tudo floria

e trocavam desejos

nos espelhos que nas

águas em poças formavam.

E assim hoje encontrei-te

na marginalidade das esquinas

deixei que me desse um beijo

em feroz deleite

logo me pediu um cigarro

e um copo de cerveja

que lhe dei na mão

é você que me chega toda acesa

uma estrela luminosa.

E não adiantou eu dizer não

difícil distinguir o trigo do joio

pois a vida é efêmera

e o rio é um arroio

e ambos correm na contramão.

alexandre montalvan
Enviado por alexandre montalvan em 03/01/2019
Código do texto: T6541745
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