Vermelho
O saber do morango
Quente sem o toque
Visto e sentido
D'uma faísca um turbilhão
O belo farfalhar das tábuas
transfigura e arde
Cores, tornam uma escuridão
Quão silencioso, o pôr
cai no horizonte, atiçando
o céu em matizes, colorindo
adoçando o momento, do beijo
com dor.
Inexplicável, o tom, o som
no ínfimo espaço de um piscar
adentra o espírito e deixa estar
sentimento eufórico
triste
um sublime medo
Cobrindo as mechas, torna
deixando à mostra, morna
derrete-se, corrói por dentro
queimadura d'alma
na alegria
eterna comunhão
Essa dor, essa cor
re-cobre, forte e intensa
imensa, onde está
em tão minúsculos fios
amontoados, uma fogueira
um farfalhar
um caminho a trilhar
Descobrir o tom, o som
a dor e a cor.
Re-descobrir, chegar a sentir.
Uma jornada. Uma rajada.
cede e adimira.
Certo que em uma mira és o centro.
Que seria dele, vermelho
Sem sua manifestação, sedosa
Que seria dele, o coração
Sem sua adimiração...