BUQUÊ
Tu és como flor
Flor, em teu cheiro
Flor, em seu toque
Deixa-me em torpor.
De seu orvalho,
Escorre o líquido abastado
De mulher apaixonada
Que nunca senti.
Quem seria tão cruel?
Para podar-lhe
E enclausar-te
Em vaso tão cruel
Retiram-te a luz do sol
Para te colocar debaixo de um teto
De mentiras seletas
Sem brilho
Nem cor
Basta! basta desse horror;
Nunca mais haverá claustro
Apenas terra infinita
Para esticar suas raízes
E colorir aonde for.
Foi-se, se foi o tempo de dor.
De medo, falsas promessas.
Só sobrou a coragem que mora em seu amor.
Em seu amor inocente,
Em seu amor de menina,
Em seu doce amor de flor.