A LEMBRANÇA É UM PROJETO DO AMOR?
Estranhamente, mas, continuamente, eu ouço quando o vento sopra um canto de uma comovente canção, através dos sonhos que vagueiam pelo meu coração, assim como vejo estrelas que brilham em insone repouso, qual um farol solitário e sem brilho, ou mesmo no estribilho com palavras em decomposição, ou até o pouso, de uma ave em arribação.
Vejo no espelho marcas recentes de um corpo despido, em sentido compartilhado, ou um soluço abafado, em um ato passado de pura reflexão, com a intenção de um acalanto, como de um vento soprado de pura dor, e não há como impor a tecedura de uma esperança, nem que a prematuridade de uma lembrança seja um projeto do Amor.
É como se o ontem fosse o agora, ou mesmo um registro na maquina da hora, embora haja um cruzamento num recanto qualquer, ou mesmo o estabelecimento de uma analogia, uma fantasia entre os tons celestes do mar e do teu olhar, e sempre vai haver uma certeza, e que essa esteja presa, em forma de presença viva, na tentativa de unicamente te sublimar, pelo tanto que já começamos a nos Amar.