DESIGUAIS

Que direi de você

estranha criatura,

que um dia andou comigo

de mão na cintura?

Que direi de você

agora que é passado,

e porque cargas d'agua

não estás ao meu lado?

O que direi de ti

que possa ter sentido,

capaz de justificar

um tempo bom vivido?

O que direi dessa pessoa,

que embora tenha sido

uma alma boa,

não deixou outras marcas

nem sinais?

Direi somente

que passou batido,

não foi amor

e perdeu o sentido,

impossível unir

dois desiguais...