é preciso que doa

me vejo debruçado nessas palavras
sobre o que já aconteceu, e meus olhos
pesam com a poesia encarcerada
que se recusa a sair
mesmo quando olho para trás
e percebo que nada mudou.
do que foram feitos aqueles dias
cuja existência era leve? cujas dores
queimavam feito tabaco paraguaio e
eu não sabia como tampar este buraco?
o que aconteceu com o precipício
ingênuo
de ideias prontas a pularem
de suas nuvens tão cinzas?
afundamos nossas línguas na areia movediça
como se fosse a boceta da dona Morte, mas não é
por conta disso que estou tossindo.
Cleber Junior
Enviado por Cleber Junior em 23/12/2018
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