Contemporânea Sherazade
Quero deixar de ser sempre contido;
Com temeridade abarcar os ensejos,
E prontamente em teus ouvidos,
Recitar poesias, inúmeros cortejos;
Salvar-te dos pusilânimes açoites,
Dos malogros, das máculas da vida,
Durante sublimes Mil e Uma Noites;
Frisar o quanto és afável e querida.
Tens o viço, a beleza e a sagacidade,
Fascínio; contemporânea Sherazade,
Indulgência entre os teus encantos;
Serenidade, em aprazível acalanto;
Tudo em exímia espontaneidade,
Regozijo esparso que perfuma o ar.
Cada percalço é um colérico sabujo;
E feito o intrépido Simbad, o Marujo,
Em mares revoltos iremos navegar.