Não te enxergo!

Teu sorriso é um desofício

e tua boca não se apercebe

e é por isso que teus olhos negam

que tua alma existe!

Morta ‘inda vivesses tu,

fétida fera entre escravos,

dançaria morto o teu corpo vago

e a tua pele fria descascada.

Há um alegre crime meu

que não te enxerga viva

e os teus passos são qualquer despedida

meu coração sabe e não acredita,

mas tolera tê-la em desabafo

de mim para ti e de ti

para meu mundo.