AINDA SOBRIO
Brindemos esta emoção.
Flores no jardim do amado,
Sempre uma nova esperança.
Novinho o sabor, não há cálice.
No seio da questão censura,
Na taça, o sabor da liberdade.
De alguma forma nas brancas páginas
De vinho tinto , flores da quaresmeira,
Luto na vida , Ypes cor de rosas.
Transformadas em poesias ou prosas,
Ambas esperando o inverno chegar.
Saudade também se faz matreira.
Verdade é verdade e absoluta
Dos olhos lágrimas em luta.
Do mar , brisas varrem calçadas
Pétalas e gotas derramadas.
Diante do mar aprendo
Que ainda que a onda
Na crista, tende a curvar-se.
Calçadas de mosaicos,
Cacos na avenida
Retrato da vida.
Que não se revela.
O tempo passa e não se vê
O amor que passa e não se conhece
A paixão que passa e não se esquece
A vida que passou e não se viveu.