A CHUVA SEMPRE NOS SURPREENDE!

A chuva umedece o corpo e a alma!

Sob a terra árida faz romper o silêncio e a angustia das sementes;

a efervescência de almas viventes! salienta os vegetais, os animais, os que cantam, encantam, fazem algazarras.

Bichos por todo os lados, demasiados alimentos;

propicia a ocasião para os acasalamentos.

Insetos reluzentes, outros infatigáveis à atração de luzes fluorescentes.

Precipita sobre as matas! Nelas abranda a ânsia de sua chegada, adentrar-se morosamente na terra em suas entranhas.

São fluidos que dão vazão às nascentes, às águas correntes, à abundância dos peixes, dádiva para ceifar a colheita,extinguir a fome e saciar a sede!

A terra se esmera com a chegada do novo tempo.

As partículas dispersas aos ventos decantam e

unem-se com o intento;nutrir a fauna, prover mantimentos.

Aos mantos verdes, exuberantes ornamentos.

Ouço relâmpagos, trovões aos brados.

Apesar de certo medo pressinto a natureza, em seu enunciado!

A chuva é fartura, inconsequentes aventuras: lambuzar com o barro, levar tombos e escorregões.

Pisar e sujar a casa , em seguida levar pito, escutar ‘’palavrões.’’

Sujeitar aos resfriados, tomar chá para requentar.

Daria tudo por uma pamonha quentinha, comer mingau e milho assado!

Correr para o cobertor, escutar a chuva batendo no telhado.

Não há quem resista a um tempo frio e invernado.

E quando a vida está corrida, fica muito apertado;

tomara que acabe a luz e logo se apague!

Ai então, depois de tudo parado, resta curtir a chuva no meu cantinho!

Justificado.

( J. L )