Cigana
Às vezes, a noite nos apronta
Em plena luz do Sol
Não haveria sentido conhecer uma cigana
Pois é nas incertezas que nasce o arrebol
Ela sabe majestosamente pisar
Nas areias de Tambaú, de pontinha de pé
Sem sequer me machucar
Num restinho que ainda tenho de fé
Toda matéria é regida por uma força
Que nos insta a crescer
Tudo está disposto em uma grande teia
Às vezes, você é aranha, noutras, uma bela ceia
Quem tem muitas mulheres tem nenhuma
Quem é de uma tem nela todas
Disse-me aquela mulher errante
O que ainda me soa no ouvido, como um berrante