Cigana

Às vezes, a noite nos apronta

Em plena luz do Sol

Não haveria sentido conhecer uma cigana

Pois é nas incertezas que nasce o arrebol

Ela sabe majestosamente pisar

Nas areias de Tambaú, de pontinha de pé

Sem sequer me machucar

Num restinho que ainda tenho de fé

Toda matéria é regida por uma força

Que nos insta a crescer

Tudo está disposto em uma grande teia

Às vezes, você é aranha, noutras, uma bela ceia

Quem tem muitas mulheres tem nenhuma

Quem é de uma tem nela todas

Disse-me aquela mulher errante

O que ainda me soa no ouvido, como um berrante

Jão Hugojony
Enviado por Jão Hugojony em 16/12/2018
Reeditado em 17/12/2018
Código do texto: T6528574
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