Ser a razão do prazer!

Armei nas tendas da existência

As construções da alma

Cantei, gritei e prossegui.

Nas pradarias da vida

Construir, odiei, amei

Nas locandas da luxúria

Como tendeiro ambulante

Gozei todos os vícios da mente

Na taberna da vida

O grandioso tédio

Sucumbiu a mortal existência

Da conturbada alma

Que na tenda de Baco

Gozou no viçoso corpo viril

As doidivanas paixões

É a força de Dionísio que incita o eu-lírico

Nas galés das lascívias de Eros

No empeço do bem e do mal

A alma humana pugna

A conduta amoral de Vênus

Fiel ao cabritismo primevo

Que macula a ilusão devassa

No dolo animal do desejo ardente

Dancei, viajei e amei a vida!

No crepúsculo astronômico

Do nascer do sol

Em praias edênicas

Em chamas de amores selvagens e lúbricos

No pôr do sol

A 18º abaixo do horizonte virginal

Na luxúria varonil

De montanhas mágicas

E no frenesi devasso e umbroso

Os deleites do amor vislumbraram

O poente do sol!

No ocaso de noites infinitas

Ocultaram-se os corpos flamejantes!

Gozei e regozijei as aventuras da vida!

No Crepúsculo civil

De reluzentes brilhos do sol

Na abóboda azul-anil

Entre lençóis de brancuras angélicas

Encontrei o teu íntimo e doce molhado amor!

E a 9º abaixo do horizonte

As almas gêmeas

Adormeceram ao pôr do sol de amores

Na esperança de um amor infindo!

Gozei e regozijei as aventuras mundanas!

De imagens exuberantes

E no crepúsculo fotográfico

Num sublime espetáculo de luzes e cores

A grei eterna e humana

Invejaram a sensualidade de nossos corpos

Numa opaca luz sombria

De beijos ocultados pela luz crepuscular!

Nas sombras celestinas de prazeres fumegantes

Amei, beijei e aventurei-me nas doidivanas paixões!

No crepúsculo matutino

A centelha solar

Desperta os amores no horizonte matinal

E na aurora boreal de toques reluzentes

Os círculos luminosos espelham

As curvas efervescentes de teu corpo cristalino

E no campo magnético do viço das paixões

Os nossos corpos se encontram

No lampejo boreal de cores incandescentes

Partículas ígneas de beijos de Afrodite

Incendeiam os corpos nus e fogueados!

Amei, viajei e gozei na quimera da vida!

E no crepúsculo vespertino

A sina do amor ardente

Rejuvenesce o fogo do amor

No ocaso do sol incandescente

O toque sensual intenso

Incendeia nossos corpos na calada noturna

O crepúsculo vespertino escurece

O horizonte infinito

A luz opaca efervesce

A inocência do amor

Nas paixões intensas

Nas águas cristalinas

Do Éden perdido!

Dancei, viajei e amei a vida dos caminhos do mundo!

No crepúsculo náutico

As naus das paixões

Velejou sob os céus pintados de estrelas

Num mar de poesias de Vênus

O timoneiro veleja no canto de Afrodite

Nas vagas marítimas do crepúsculo náutico

A barca do amor que veleja no mar azul-celeste

O timoneiro governa destemido

E eleva suas preces ao amor virginal

Que enaltece como deusa das paixões

E o horizonte se mescla

Na escuridão dos céus

E se fundi com a imensidão das trevas

É o crepúsculo náutico

Que atrai os amantes

Ao tapete celeste crepitado de estrelas flamejantes!

Na lodosa caminhada

Bordejei na contrição temporal

E no divã celeste

Aquietei a sôfrega alma

Exaurida de guerra etérea

No cafuné do doce pecado

O eu-lírico aspirou

O tédio inaudito das eras mundanas

Que puni no labirinto edênico

E que arroja os peões nos jogos satânicos

É a danação infernal da Divina Comédia!

E nos suspiros da alma em chama

O tédio edaz sucumbe

A vida terrenal.

Felicitei, regozijei e gozei!

A efêmera vida!

Como vampiros vorazes

Que sugam a alma do sangue

Na amorosa e dolorosa mordida

Do prazer hedônico

Que exauri a essência

Pueril da vida

No engano ofídio

De desilusões catastróficas!

Corri, errei e acertei!

Na deleitosa existência

De Memórias Póstumas de Brás Cubas

De Machado de Assis!

O deleite na alcova mundana

Que a luxúria do corpo emana

São desejos? São demônios?

São mitos? São verdades mentidas?

Eis o segredo do audaz trismegisto!

É a falange funesta

Da concupiscência dos olhos

É a legião maldita

Da soberba da vida

É a miríade implacável

Da concupiscência da carne

Que povoa a mente da alma

Que sufoca o controle do espírito

Que dilacera a pureza do corpo

Que em nuvens demoníacas

Povoam as entranhas da mente

E maculam a esfera terrena

E na estrofe do mal

O hálito humano sucumbe

Na alcova do tédio!

Arroja as sujidades peçonhentas

Os desejos carniceiros e pasmosos

De feras e monstros que povoam

A alma outrora pueril

Chorei, sofri, parei e pesei!

E ponderei na Morte e Vida Severina

De João Cabral de Melo Neto!

E na antropomorfização do tédio

O Leviatã leviano

O monstro do caos

O Hades do inferno astral

O Lúcifer das eras humanas

O Diabo do credo mitológico

O bem e o mal no universo criado

Encantam a alma

Enfeitiçam o espírito

E aprisionam o espectro místico

Nos olhares que desdenham

O viço da vida

E o último hálito humano!

Na abóboda celestina

Outorgada pelas ordens do perdido Éden eternal!

O tédio humano tece

A indefesa teia evasiva

De eternas ilações edênicas

Perpetuadas na abóbada terrenal

É o fim do tédio humano

No encontro eternal

No abraço amoroso

No olhar de perdão

Na voz divinal

Na esperança do retorno

As pradarias terrestres!

No enceto da Era infinita

De paz eternal

Na abóboda terreal!

Eis o mistério da vida humana!

Que nasce da vida à morte maldita

Nas águas do rio da vida

Que alimenta a árvore edênica

Que da morte ingrata

Ressurgi das cinzas

A esperança na morte vencida.

Dos filhos do Éden

Ingratos à ordem divina

Encontram o deleitoso maná

Na paz celestina

Da terra celeste!

Do fogo que desce

Do Monte divino

Que alimenta o amor eternal

E que navega na nau protetora

Os filhos de Eva

Da semente adâmica.

Jacobson Bill
Enviado por Jacobson Bill em 16/12/2018
Código do texto: T6528369
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