Aqui, dentro de mim.
Encontram-se pétalas florais, galhos pequenos e ainda estáveis.
Desfilam inconseqüentes ilusões, sentimentos emudecidos e maleáveis.
Há distintos universos, alguns já sem vida, e outros, permanecem amedrontados.
Existem receios angustiados, por medo de outros sentidos, sentem-se, condenados.
Transitam complexos bestificados, por não mais crerem, em promessas, despedaçadas.
Vivem, inquietantes esperanças, sobreviventes de um passado, por fim, condenadas.
Dormem alguns sonhos, surreais em essência, iludidos talvez, por uma obsoleta demência.
Gritam vozes, que ecoam, frias madrugadas, vozes de uma paixão, talvez, em decadência.
Afogam-se medos, um após o outro, que não suportaram renúncias, e assim desistem.
Nascem ainda, sementes vitais, que trazem força, e em mim, dia após dia, persistem.
Gildênio Fernandes