GAROA FINA
Fim de tarde chuva a cântaros,
começo de noite enrijece a saudade
que acaba unindo-se com a solidão
apenas para maltratar meu coração.
E este estado incorrigível depois
de dominar tudo faz questão
de fazer prosseguir noite adentro
entrando pela porta da fria madrugada.
E a partir daí inicia-se o meu
caminhar pela extensa floresta
de minha cama onde digladio
com as feras que me atormentam.
E a chuva insiste em cair, como gostaria
que fosse dos céus que caísse chuva de flores,
mas, não, são rajadas, ruídos prolongados
que fazem o chão debaixo estremecer.
De repente o sol com uma cor
pálida em meio à neblina tentando
dissipá-la, e eu com minhas lágrimas fiéis
companhias entremeadas por uma constante garoa fina...