A sombra da minha luz...

Ouvi um murmúrio sombrio
Entre o sussurro que invocou o pecado
Foi revelado que seu sopro calaria minha voz...

Como é infiel o espelho que reflete tua ternura,
Entre o fugir e o desistir de teus braços
Força-me a espiar os encantos mentirosos que se veem em teu sorriso...

Sou escravo da tua vontade
És a cancela que reprime minha liberdade,
Nada posso, minhas forças caem sob a terra árida dos pensamentos,
Apenas teus olhos importam ao meu despertar...

Como entreguei minha alma ao corpo que não reflete a luz?
Como pude escorregar na autoestima e cair no córrego da dor?

Olhar em você o que os outros não podem tocar
É trair pensamentos ocultos que caem no devaneio do pecado incurável,
Deixar-me solitário na estrada da penumbra de celas
Seria libertar-me do casulo que me causaste,

Há um barco rumo ao desconhecido que não embarca a angústia
Terei tempo para consolar o perdão dos seus atos,
À espera nas margens do lago velejo a indecisão de parti,
No horizonte tua face se forma nas nuvens que buscam meus olhos...

Ficarei inerte sob o luar que cobrirá o mar em minha viagem,
Há sacrifícios feitos por a mente
Que dilacera o coração e a áurea sensata,
Não deixarei que o que ficou no caminho
Persiga as ondas que me leva rumo a cura esperada...

Estou partindo aos poucos,
Despeço-me de teu abraço em silêncio,
Um último beijo nos lábios que me deram flores e espinhos,

Um adeus em silêncio para não perturbar teu ego,
Partirei logo,
E depois, onde estará você?
 
J Lucivan Almeida
Enviado por J Lucivan Almeida em 14/12/2018
Reeditado em 29/09/2021
Código do texto: T6527255
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