As cores do amor...
As cores do céu, alma azul;
decido-me e parto
para fazer o mais difícil e mais ingrato:
descrever as cores do arco-íris dos meus sentimentos.
Lamentos não cabem aqui.
Viver o opróbrio é silenciar o que é dizível,
amar ainda que proibido á luz dos desejos.
O amor é livre para tudo.
Alma vermelha!
Quando chega a dor,
A alma se fere.
Se a alma chora, o coração nem sempre perdoa,
Já que a dor não tem asa, e sem elas, não vai embora,
mas algum pensamento voa às outras almas.
Alma negra.
Que alma pensas que és tu,
ó alma negra, negra alma?
Teu fardo carregas no imprestável de tuas pernas,
porque és desértica, inamável
Por enquanto vou aqui
na claridão de certa desistência
porque teu olhar fere, dá pena.
Tu ó alma incolor,
ó negra alma ingrata em quase tudo,
um arco-íris belo, impiedoso e bruto.
Lilás, o meu peito se alegra
e se há cores outras,
elas dão as regras,
vivas regras dos amores bebedores de águas
como os tais arco-íris.
Nestes versos que me levam às cores...
morro de amores por ti!