Dói o perder

Eu que não consegui enxergar o vazio de seus olhos enquanto você estava por aqui, eu que pude por todo esse tempo deixar escapar a vida que eu poderia ter. Ver ao menos um pouco a vida agradável aos olhos daquela minha eterna, vida que mudou além do que eu podia alcançar, sem eu notar ao menos a importância de um dia bom.Mas quem sou para marcar a importância de um dia feliz de alguém? Fazer com que fique até que eles sejam a resistência heroica contra a finitude dos instantes da vida ao meu lado, poder ao menos ser uma lembrança boa sem nenhuma marca de ódio. Me tornei a lua que não existe na sua vida, por alguns momentos eu pelo menos pude ser a escuridão, ora dias felizes na qual você poderia me ver no céu e contemplar os meus sinais, ora eu não estava ali e não pude te proteger da morte de seus pais, eu que não estava nos momentos sórdidos na qual ali se fazia importante minha presença, os dias começaram a ficar mais escuros e eu aparecendo cada vez menos, até que você achou outra lua, quem dera eu se todos os planetas só tivessem uma, dói o perder alguém na qual eu podia iluminar dói o silêncio de não poder aparecer.