Morena, querida margarida!
Há, aqueles dias,
Quando a aurora vinha,
Cintilante margarida,
Me fizestes acabrunhado,
Quando em teu olhar, não me vias,
E a dúvida me trazia,
Pesar de quanto sofri, muito penei,
Dos teus olhos afastado, pensei,
Que se teu olhar, não me querer,
Jamais serei e nada amarei,
Não viverei e morrerei,
E jamais eu ei de querer,
Um outro bem.
Mas em certo dia,
Uma nova aurora se fez,
E na alvorada do meio dia,
A tua pele macia, ei de ter,
Foi quando que desesperadamente,
No último ardor da esperança,
Tú me vieste a lembrança,
Quis viver novamente e vivi!
Vivi! Pois Deus me guardavas,
para este lugar e hora,
depois de tanto senhora,
ver-te e falar-te outra vez!
Rever-me em teu rosto amigo,
Pesar em quanto hei perdido,
E este pranto dolorido,
Deixar correr a teus pés,
Pra que nunca se esqueça,
O quanto lhe amo e lhe quero bem,
Tú es minha vida, tú és meu luar,
Tu és meu céu, tu és meu mar,
Tú és a margarida, mais querida,
Que ao raiar do meio dia,
Vieste me consagrar,
E ao badalar do luar,
Vieste me amar.