Luxúria da Noite

Vivo nas portas do destino

Palavreando frases no sereno da noite

Vivendo traumatizado pelas dores do vento

Copio imagens transcendidas

Pelo terreno de minha mente

Vivo viajando na luxúria da noite

O espírito articula minhas palavras

No sepulcro assombroso da solidão

Vivo desmedido na busca

De viajar nos terrenos da noite

Tracejo minha rota nas ondas do futuro

Cavalgando em direção ao mar ilusivo

Da Cidade dos Sonhos vivo abrasado

Pelas dores do vento

Descrevo meu medo nas apoteoses do paraíso

Escrevo a tradução de meus sonhos

Conflitando as lacunas de minha jornada

Até o reino doce do amor

Me afasto das sombras do destino

E galgo até o inverno de minhas coisas sombrias

A camisa de força sutura meus sonhos

Apedrejados pela multidão acorrentada

Na dança de meus pesadelos

Vivo conflitando minha realidade

Na impiedosa sede de justiça

De viver no mundo da ilusão

Olho para as sombras do medo

E elas me machucam

Então converso com minha alma

Me afasto de meus pensamentos aniquilados

Pelas dores da saudade

Tratando a sedenta algazarra da paixão

Que confisca meu coração

Em grandes chamas de alegoria

Vivo hipnotizado pelas dores do destino

Despeço as tramas de meu pensamento

Com as traças da humanidade

Vivo caminhando na jornada da ilusão

Confraternizada pelas dores da paixão

O labor generaliza meus versos

Na trivial chuva da manhã

Que abrasa meus sentimentos

Na interminável relação solitária da paixão