À beleza

Eu queria ter comigo toda tua beleza ao alcance

Dos olhos, tocar, abraçar e beijá-la,

Não queria ser dono dela, queria a certeza

Da liberdade e poder contar com ela nas

Horas tristes da minha profunda solidão,

Receber teu carinho e que todas me afagassem

O rosto, ao meu gosto, com as palmas das mãos.

Da beleza encarnada queria o bálsamo

Perfeito, da amarela o jasmim, da lilás

O corpo colado ao meu, da verde a esperança

Em transparente total,

Mas nenhuma delas precisaria permanecer

Eternamente comigo e para não parecer

Ambíguo, eu as queria vinte e quatro horas por dia,

Renovando-se sempre na hora de amar.

Como deste modo não pode ser, acabo achando

A vida à coisa mais besta do mundo, mas belíssima,

Por esse querer que dilacera o coração, eleva o espírito,

E deixa sangrar no peito essa doce e tenra paixão,

Levando o infinito dos meus sonhos a revelar-te

Agora o amor que neste momento proponho.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 14/09/2007
Reeditado em 14/09/2007
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